A Oração como alimento do Catequista
- Catequista Bruno Velasco
- 9 de ago. de 2019
- 2 min de leitura
Tema 3.3 - A oração: alimento para a espiritualidade.

“No suor dos teus dias, usa a oração sem mostrá-la. Na oração falas com Deus, no serviço Deus te fala”.
A oração faz parte da espiritualidade. Porém, não é a mesma coisa que espiritualidade. Esta é mais do que a oração. Podemos fazer oração, mas não termos espiritualidade. É o caso da oração que separa fé e vida, que se isola da história. Torna-se oração descomprometida com a vida, oração sem a presença e a abertura verdadeira para Deus.
A oração para ser parte da espiritualidade deve ser vivida, testemunhada. Ela deve criar uma relação amorosa com Deus, uma intimidade. É a oração que vai alimentar, nutrir e fortalecer a espiritualidade.
Para melhor entendermos, vale lembrar a analogia do amor conjugal que a Bíblia tanto usa. A autenticidade dos momentos de especial intimidade do casal humano, como expressão de amor, depende muito de como eles vivem o ritmo mais comum e permanente da vida a dois.
Beijo de gente que se ama vinte e quatro horas por dia, é diferente de quem busca o outro apenas para uma satisfação passageira. Seria muito estranho se o casal dispensasse momentos de maior intimidade com desculpas do tipo: “Não precisa! Já moramos juntos na mesma casa. Estamos cansados de saber que nos queremos bem”... Ora, que quem entra por este caminho acaba esfriando e esvaziando o relacionamento conjugal. O amor vai definhando por falta de gestos concretos de carinho e reciprocidade.
Assim também ocorre com a oração. Somente uma vida de oração pode dar consistência aos momentos específicos de intimidade com Deus. A oração é o combustível para a dinâmica do encontro permanente com Deus e da leitura da sua presença nas mais diferentes situações.
Para o teólogo Marcelo de Barros, a oração é uma experiência integradora: “cuidar da oração é olhar de novo a raiz de nossa vida, de nossas opções e trabalhos e garantir a saúde da árvore inteira”. Importante é perceber a oração como experiência de amor. Ela, como diz Santa Teresa de Jesus, “não é nada mais do que um íntimo relacionamento de amizade a sós com aquele que nos ama”.
O caminho da espiritualidade supõe esforço, exercício (ascese), uma certa disciplina, porque a oração não é algo instintivo, que nos vem de dentro. Ela exige seu tempo, seu lugar. Se não se impõe certa disciplina, a oração acaba sendo prejudicada. Daí a importância de abrimos espaços permanentes na nossa prática pastoral para esse encontro pessoal e profundamente com Senhor (encontro também comunitário). Momento para a pessoa se trabalhar, penetrar na profundidade do mistério. Temos que nos sentir “seduzidos” pela profundidade do encontro, e reviver a experiência de Jeremias: “Tu me seduziste, Senhor, e eu me deixei seduzir” (Jr 20,7).
Fonte: Diocese de Pouso Alegre/MG.
Estudo de formação - O Ministério do Catequista - CNBB95
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