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2º Domingo do Tempo Comum, Ano C

Atualizado: 13 de mai. de 2019

É de aconselhar que se leia primeiro toda a Liturgia da Palavra


Comunidade de fé

A Liturgia da Palavra deste 2º Domingo Comum – C, leva-nos a uma reflexão genérica de que Uma Nova Comunidade Nasce na Fé.


Tudo começou numa festa de núpcias e tudo há-de acabar nas núpcias eternas. O matrimónio é bom, o matrimónio será um sinal eficaz da presença de Cristo.


Portanto, Caná pode significar o início da Igreja como Comunidade de Fé, em que Jesus se começou a revelar como o Messias prometido, realizando o Primeiro Milagre da Sua Vida Pública.


Jesus é um homem como nós, que tem amigos e aceita o convite para um casamento, levando consigo Sua Mãe e alguns discípulos. Mas Jesus Cristo também é «mistério», se não Se revelar, se não manifestar a Sua identidade. Uma Revelação que começa agora e que se desenvolverá pouco a pouco com sábia pedagogia.


A 1ª Leitura é do profeta Isaías e o profeta, apontando-nos a História da Salvação, diz-nos que o Povo de Deus desterrado na Babilónia, onde viveu largos anos de humilhação e sofrimento, não foi, no entanto, abandonado pelo Senhor. O profeta Isaías anuncia-lhe, na verdade, o caminho da salvação e canta a felicidade dos filhos de Israel, na nova situação que se aproxima.


- “Não mais te chamarão «Abandonada», nem à tua terra «Solidão». Mas hão-de chamar-te «Meu Encanto», e à tua terra «Desposada». Pois serás o encanto do Senhor, e a tua terra terá um esposo”.(1ª Leitura).


E para definir melhor o amor que leva Deus a querer restabelecer relações de profunda intimidade com o Seu Povo, o profeta retoma um tema muito importante na Escritura e no simbolismo cristão – o dasnúpcias de Deus com Jerusalém.


São estas as maravilhas do Senhor proclamadas pelo Salmo Responsorial :


- “Anunciai no meio de todos os povos as maravilhas do Senhor”.


Na 2ª Leitura, S. Paulo diz aos Coríntios, e hoje também a todos os cristãos, que entre os dons, com que Cristo enriquece a Sua Igreja :


Uns são concedidos em ordem à santificação pessoal : a graça, a justificação, a habitação da Trindade na alma. Outros são dons de função social, em ordem à edificação do Corpo Místico de Cristo.


-“Há diversos dons espirituais, mas é o mesmo Espírito Santo; há diversos serviços, mas é o mesmo Senhor; e há diversas operações, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos”. (2ª Leitura).


Chamam-se carismas e exprimem a presença enriquecedora do Mistério trinitário, e em particular o Espírito Santo na vida e organização da Igreja que Cristo irá fundar entre os homens, a começar numafesta de núpcias.


O Evangelho é de S. João, que também esteve presente na festa das núpcias e presenciou o primeiro milagre de Jesus. Com toda a autoridade ele nos pode dizer que este primeiro milagre, que anuncia e contém em germe tudo aquilo que o Filho de Deus realizará, ao assumir a nossa natureza, mostra como Jesus vem responder à esperança do mundo.


- “Foi assim, que em Caná da Galileia, Jesus deu início aos sinais que realizou. Manifestou a Sua glória, e os discípulos acreditaram n’Ele”. (Evangelho).


Numa situação, para a qual não havia uma saída humana, Ele surge como a salvação : salvação inesperada, excelente, abundante, que será oferecida aos homens na «hora» das suas núpcias com a Igreja, na Cruz, mas de que é antecipação o milagre de Caná, realizado com a participação discreta e subordinada de Maria.


Repensando, à luz do Espírito, em tantos factos em que estivera envolvido, João descobre que Jesus começou a revelar a própria identidade em Caná; verá culminar esta revelação na morte, a hora de Jesus.


Do mesmo modo, a adesão dos discípulos a Cristo tem uma história; a fé começa a esboçar-se exactamente em Caná. É aí que nasce um novo tipo de relação com Cristo e, em consequência, novas relações entre eles.


O laço que deles faz uma comunidade é a fé comum em Jesus. Cristo começa a revelar a sua identidade não de modo verbal, explícito, como uma fórmula dogmática, mas através de uma linguagem dos gestos.


Os profetas haviam descrito as relações entre o homem e Deus em termos de relação nupcial. O povo de Israel, esposa escolhida por Deus, foi muitas vezes infiel e teve que ser purificado através de duras provas como o exílio.


Nestes momentos de provação e abandono, o profeta anuncia a fidelidade de Deus, que ama apesar de tudo; virá o momento em que Deus se unirá indissoluvelmente e para sempre à humanidade. Esta união definitiva será Jesus.


Caná é vista por João como o banquete nupcial da união definitiva do homem com Deus, a inauguração dos tempos Messiânicos. O sinal de Caná revela a glória de Jesus, desvela o seu ser divino, dando a esperança do cumprimento do plano da História da Salvação.



Colaboração de John Nascimento

* este texto tem grafia do Português de Portugal.



Diz o Catecismo da Igreja Católica :

1612. – A aliança nupcial entre Deus e Israel, seu povo, tinha preparado a Aliança nova e eterna, na qual o Filho de Deus, Encarnado e dando a sua vida, uniu a Si, de certo modo, toda a humanidade, por Ele salva, preparando assim as «núpcias do Cordeiro». (Ap.9,7-9).

1613. – No início da vida pública, Jesus realiza o primeiro milagre – a pedido de sua Mãe – por ocasião duma festa de casamento. A Igreja dá uma grande importância à presença de Jesus nas Bodas de Caná. Vê, no facto, a confirmação do princípio de que o matrimónio é bom, e o anúncio de que, dali em diante, o matrimónio será um sinal eficaz da presença de Cristo.

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